domingo, 19 de janeiro de 2020

O Costão dos Náufragos




Aconteceu na segunda metade do século XIX a maior contenda entre países da América do Sul. Foi a chamada Guerra do Paraguai, onde esse país entrou em confronto com os países da Tríplice Aliança, composta por Brasil, Uruguai e Argentina.
Por conta dessa guerra, tropas brasileiras da Paraíba dirigiam-se, por mar, para reforçar as tropas aliadas contra o inimigo. Ao passarem, em alto mar, por Barra Velha, foram surpreendidos por uma tempestade que os fez sucumbir. Os marinheiros, impelidos pelo instinto de sobrevivência, tomaram os escaleres e rumaram para a costa.
Era um mês de junho e os moradores da, então, aldeia de pescadores haviam acendido uma fogueira para os festejos comuns da época e os náufragos avistaram, do mar, o clarão do fogo. Interpretando como um sinal evidente de terra próxima, para ali rumaram. Não é difícil imaginar a alegria e felicidade de que ficaram possuídos naquele momento.
Foi de comum acordo que se propuseram, caso chegassem à praia sãos e salvos, erguer um Cruzeiro em sinal de agradecimento pela proteção recebida.
O pedido foi ouvido pelo Poder Maior e acabaram aportando no costão da praia de Barra Velha. Todos se salvaram e foram acolhidos, alimentados e aquecidos pelos moradores do local. Ficaram aqui por algum tempo e depois seguiram seus destinos. Consta que alguns deles permaneceram por aqui. Registros históricos dão conta da gratidão desses náufragos para com os locais que os acolheram. Foram muito bem recebidos.
O Cruzeiro prometido pelos náufragos foi erguido e até hoje permanece no local onde tiveram o primeiro contato com terra firme. É o nosso Costão dos Náufragos.
Naturalmente cabe uma pesquisa mais profunda sobre o fato. Nossos historiadores locais, por certo, terão detalhes sobre o destino desses sobreviventes e que famílias locais descendem daqueles que aqui permaneceram.
A promessa agora é minha. Vou procurar me informar para, em outro momento, aqui registrar as consequências desse fato importante.

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