Aconteceu na segunda metade do século XIX a maior contenda
entre países da América do Sul. Foi a chamada Guerra do Paraguai, onde esse
país entrou em confronto com os países da Tríplice Aliança, composta por
Brasil, Uruguai e Argentina.
Por conta dessa guerra, tropas brasileiras da Paraíba
dirigiam-se, por mar, para reforçar as tropas aliadas contra o inimigo. Ao passarem,
em alto mar, por Barra Velha, foram surpreendidos por uma tempestade que os fez
sucumbir. Os marinheiros, impelidos pelo instinto de sobrevivência, tomaram os
escaleres e rumaram para a costa.
Era um mês de junho e os moradores da, então, aldeia de
pescadores haviam acendido uma fogueira para os festejos comuns da época e os
náufragos avistaram, do mar, o clarão do fogo. Interpretando como um sinal
evidente de terra próxima, para ali rumaram. Não é difícil imaginar a alegria e
felicidade de que ficaram possuídos naquele momento.
Foi de comum acordo que se propuseram, caso chegassem à
praia sãos e salvos, erguer um Cruzeiro em sinal de agradecimento pela proteção
recebida.
O pedido foi ouvido pelo Poder Maior e acabaram aportando no
costão da praia de Barra Velha. Todos se salvaram e foram acolhidos,
alimentados e aquecidos pelos moradores do local. Ficaram aqui por algum tempo
e depois seguiram seus destinos. Consta que alguns deles permaneceram por aqui.
Registros históricos dão conta da gratidão desses náufragos para com os locais
que os acolheram. Foram muito bem recebidos.
O Cruzeiro prometido pelos náufragos foi erguido e até hoje
permanece no local onde tiveram o primeiro contato com terra firme. É o nosso
Costão dos Náufragos.
Naturalmente cabe uma pesquisa mais profunda sobre o fato. Nossos
historiadores locais, por certo, terão detalhes sobre o destino desses
sobreviventes e que famílias locais descendem daqueles que aqui permaneceram.
A promessa agora é minha. Vou procurar me informar para, em
outro momento, aqui registrar as consequências desse fato importante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário