Meu neto Davi, o caçula da família, aos oito anos foi
protagonista de um ato de verdadeiro heroísmo e demonstração do mais puro amor.
Sua mãe, minha filha Juliana, deixou-o, juntamente com o pai
dele, em um local próximo à casa da vovó Lourdes, mãe do meu genro Luciano, e
seguiu para seu trabalho. Os dois aguardariam ali o retorno dela, quando então
iriam para a escolinha de futsal onde o Davi treina.
Era início da manhã, aproximadamente oito horas. No momento
em que pai e filho atravessavam uma rua de grande movimento, o semáforo abriu e
os dois correram a fim de concluir a travessia. Foi aí que o Luciano tropeçou e
caiu, bem no meio da avenida. O Davi não teve dúvidas: posicionou-se à frente
dos carros, bracinhos levantados e abertos, para conter o trânsito até que seu
pai conseguisse se recuperar. Os carros pararam e tudo terminou bem! Juliana, que viu o tudo pelo retrovisor,
imediatamente entrou em um posto de combustíveis e veio em socorro dos dois.
Esse fato ficou marcado em minha memória e não consigo impedir um nó na
garganta toda vez que lembro dele.
Em outra ocasião, eu estava assistindo a um jogo de futsal
do meu Pequeno e o Luciano, torcedor vibrante do time do filho, a cada gol
levantava e se agitava muito. Terminado o jogo o Davi comentou que ficava
preocupado com que o pai caísse da arquibancada ao pular e vibrar com os gols.
Foram seis a favor e um contra.
Dia desses, eu estava em visita à casa deles e a Ju me
mostrou um texto que o filho, agora com nove anos, escrevera na escola, onde teria
que escrever a biografia de um adulto. Preciso registrá-lo aqui, pois fui levada
às lágrimas ao lê-lo.
Meu melhor amigo
Quando nasci, senti e
o vi.
Meu pai faz tudo pra
mim. Me leva para a escola, me acorda cedo, faz o almoço etc.
Ele nasceu em 1970,
dia 7 de outubro. Seu apelido é Lu, mas seu nome é Carlos Luciano Freiria. Pio
e Lourdes, seus pais.
Quando tinha 21 anos,
quando ia a faculdade, estava de bicicleta, sofreu um acidente que quase o
levou à morte. O acidente foi assim:
Uma pessoa abriu a
porta do carro sem ver meu pai, então a porta bateu no guidão da bike e meu pai
voou em direção ao carro da frente e bateu a cabeça. Até hoje deixa marcas na
cabeça. Depois do trauma voltou a jogar handebol e viajou para vários lugares
como Roma, França, etc. Chegou a seleção brasileira de handebol como goleiro e
foi o melhor goleiro do Brasil, conquistando muitas medalhas e troféus.
Trabalhou 25 anos como
Professor de Educação Física e hoje é produtor de flores orgânicas. O que é
isso? Flores que dão para comer, vendendo para restaurantes, mercados e pessoas
com interesse por elas. Tem vários tipos de flores como a Capuchinho, mini amor
perfeito e cravina. Ele é trabalhador ate hoje!
Essa e a biografia do
meu melhor amigo que é meu Paizão ou pai.
Percebe-se amor e admiração em cada palavra!
Percebe-se amor e admiração em cada palavra!
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