quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Amor que transcende



Meu neto Davi, o caçula da família, aos oito anos foi protagonista de um ato de verdadeiro heroísmo e demonstração do mais puro amor.
Sua mãe, minha filha Juliana, deixou-o, juntamente com o pai dele, em um local próximo à casa da vovó Lourdes, mãe do meu genro Luciano, e seguiu para seu trabalho. Os dois aguardariam ali o retorno dela, quando então iriam para a escolinha de futsal onde o Davi treina.
Era início da manhã, aproximadamente oito horas. No momento em que pai e filho atravessavam uma rua de grande movimento, o semáforo abriu e os dois correram a fim de concluir a travessia. Foi aí que o Luciano tropeçou e caiu, bem no meio da avenida. O Davi não teve dúvidas: posicionou-se à frente dos carros, bracinhos levantados e abertos, para conter o trânsito até que seu pai conseguisse se recuperar. Os carros pararam e tudo terminou bem!  Juliana, que viu o tudo pelo retrovisor, imediatamente entrou em um posto de combustíveis e veio em socorro dos dois. Esse fato ficou marcado em minha memória e não consigo impedir um nó na garganta toda vez que lembro dele.
Em outra ocasião, eu estava assistindo a um jogo de futsal do meu Pequeno e o Luciano, torcedor vibrante do time do filho, a cada gol levantava e se agitava muito. Terminado o jogo o Davi comentou que ficava preocupado com que o pai caísse da arquibancada ao pular e vibrar com os gols. Foram seis a favor e um contra.
Dia desses, eu estava em visita à casa deles e a Ju me mostrou um texto que o filho, agora com nove anos, escrevera na escola, onde teria que escrever a biografia de um adulto. Preciso registrá-lo aqui, pois fui levada às lágrimas ao lê-lo.
                                                  Meu melhor amigo
Quando nasci, senti e o vi.
Meu pai faz tudo pra mim. Me leva para a escola, me acorda cedo, faz o almoço etc.
Ele nasceu em 1970, dia 7 de outubro. Seu apelido é Lu, mas seu nome é Carlos Luciano Freiria. Pio e Lourdes, seus pais.
Quando tinha 21 anos, quando ia a faculdade, estava de bicicleta, sofreu um acidente que quase o levou à morte. O acidente foi assim:
Uma pessoa abriu a porta do carro sem ver meu pai, então a porta bateu no guidão da bike e meu pai voou em direção ao carro da frente e bateu a cabeça. Até hoje deixa marcas na cabeça. Depois do trauma voltou a jogar handebol e viajou para vários lugares como Roma, França, etc. Chegou a seleção brasileira de handebol como goleiro e foi o melhor goleiro do Brasil, conquistando muitas medalhas e troféus.
Trabalhou 25 anos como Professor de Educação Física e hoje é produtor de flores orgânicas. O que é isso? Flores que dão para comer, vendendo para restaurantes, mercados e pessoas com interesse por elas. Tem vários tipos de flores como a Capuchinho, mini amor perfeito e cravina. Ele é trabalhador ate hoje!
Essa e a biografia do meu melhor amigo que é meu Paizão ou pai.

Percebe-se amor e admiração em cada palavra!





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