domingo, 1 de novembro de 2015

Irremediavelmente coruja



Sempre fui, declaradamente, uma mãe coruja. Penso que toda mãe o é, de alguma forma.  Só que, quando vieram meus netos, essa corujice potencializou-se.
Dia desses o João Guilherme, treze anos, filho de minha filha Kassandra, trouxe da escola um texto para concluir em casa. Ele sentou-se no chão do seu quarto, colocou o caderno em cima da cama e ali mesmo escreveu durante uns vinte minutos. Após, veio me mostrar o produto pedindo que eu apenas emitisse a minha opinião sobre o trabalho, sem revisar. Foi o que fiz, no entanto preciso deixá-lo registrado aqui neste blog, para que não se perca por aí em alguma gaveta.
 A proposta era para escrever um conto de aventura. Ele confundiu-se e acabou escrevendo um texto de ação. Comentei com ele que a aventura começa depois que acaba o conto, porque viver em um país da América do Sul é uma aventura e tanto! Ainda não tem título, mas minha ansiedade não deixa esperar.

Ainda era madrugada quando a casa da família White começou a tremer. O pai, Walter, foi o primeiro a acordar achando que era um assalto, já que o alarme havia acionado, mas quando percebeu o tremor, acordou sua mulher, Janis, e sua filha Riley.
Em poucos segundos a família toda entrou em pânico pegando tudo o que achava importante. Pela janela já era possível ver muita fumaça, alguns carros pegando fogo e casas destruídas. Quando conseguiram pegar tudo o que achavam importante, saíram e começaram a ouvir barulhos de explosões. Ao olharem para o céu, viram algo que parecia uma chuva de meteoros e em pouco tempo se ouviu o barulho de aviões, aviões caça e então se percebeu que era um bombardeio à sua cidade.
Aquilo parecia um apocalipse, todo o pânico e sofrimento visto claramente  no rosto de cada pessoa. Vendo isso, Walter sente um medo que nunca antes havia sentido, o de que esse momento fosse o último momento em que veria sua família, ou até pior, que fosse o último momento da família.
Em meio a uma confusão de sentimentos e pensamentos, Walter se lembra de que há alguns dias tinha visto uma notícia na internet uma notícia dizendo que poucos dias depois de os Estados Unidos terem invadido o Afeganistão para interferir na guerra, a Rússia e o Afeganistão criaram uma aliança entre si. Foi então que Walter entendeu o porquê do ataque à sua cidade, Washington. Uma guerra havia acabado de começar.
Com todo o caos da situação, os três tentaram ficar o mais próximo um do outro possível. Logo apareceram, aos poucos, soldados na rua orientando a população que fossem para perto da Casa Branca , onde havia alguns bunkers, que antes eram secretos.
Agora que todos sabiam para onde ir, não havia mais tanto alvoroço, até aparecer um homem com uma arma, que aproveitou a anarquia do momento e deu um tiro na cabeça de Riley. A menina caiu, já inconsciente no chão, Walter e Janis não tiveram nem tempo de reação, tiveram que continuar correndo para não serem pisoteados pelas pessoas. A única coisa que puderam ver foi o corpo de sua filha ser pisoteado.
No mesmo momento, o assassino foi visto por um atirador de elite, que lhe deu dois tiros, um no peito e outro na barriga. Essas foram as únicas mortes por tiros naquela situação.
Chegando aos bunkers todos foram informados de que seriam enviados para abrigos em diferentes países da América do Sul, onde teriam de viver até o final da guerra.



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