domingo, 17 de agosto de 2014

Acerca de religiosidade e fé




Esta é uma visão absolutamente pessoal e não carrega nenhuma intenção de formar opinião ou coisa assim. Eu não teria essa pretensão, tampouco competência para tanto.
Compareci à cerimônia de casamento de pessoas muito especiais. Pude ali testemunhar um momento que exemplifica o que seja o verdadeiro amor. Essa aliança, o casamento, é, para mim, algo que vai além de rituais, pompas e circunstâncias, como também de convenções sociais impostas por homens e seus credos. Quando duas pessoas estabelecem entre si um compromisso de se fazerem felizes, penso que ninguém deve colocar impedimento, pretextando leis humanas ou divinas, que por sua vez são feitas por homens também. O amor deve prevalecer. Esse é o grande ensinamento. Há que ter fé, acima de tudo.
Um grande amigo, profundo conhecedor da alma humana, disse-me ter consciência do quanto a religião representa prisão e sufoca algumas pessoas.  Outras sentem-se bem, até necessitam de ritos religiosos. Meu amigo é dessas pessoas que realmente veem muito além do que aquilo que está diante de seus olhos.
Religião, para alguns, cerceia, limita, discrimina, para outros, representa a libertação de seus medos. A fé liberta, ilumina caminhos e une pessoas que verdadeiramente se querem bem. Não incluo aqui aqueles que dizem crer em Deus e que isso deve bastar, numa atitude de acomodação. Muito longe disso. Refiro-me a um “bom dia” desejado com convicção, trazendo da alma o desejo de que o outro tenha, realmente, um bom dia como quer que seja o seu. Que uma cesta básica doada contenha produtos que sejam consumidos costumeiramente por quem faz a doação e que supram as necessidades de quem a recebe. Que não contenham alimentos de baixo custo, mas desnecessários. Sem nenhum tipo de demagogia, ou máscara. Caridade feita de cima para baixo é arrogância. É vazia de valores.
Refiro-me a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, cultivando boas virtudes como a honestidade, a solidariedade, amando de fato os seus filhos, educando, sendo presentes, conversando, formando cidadãos de bem. Acima de tudo, sendo bons exemplos a serem seguidos pelos seus. É uma lei tão fácil e prazerosa de cumprir e os homens, principalmente os líderes religiosos, debatem-se entre si, cada um deles querendo deter a verdade absoluta.
Quero ter liberdade para viver isso. Ir à praia, à montanha, tomar banho de cachoeira, sentar numa pedra ou visitar e abraçar um amigo, sentindo a forte impressão de que fico cada vez mais fortalecida na fé.
Somos necessários um ao outro. Sem a menor dúvida. Por vezes dedicamos nossa atenção a pessoas carentes de algo que se possa pegar, ver, comer, ou coisa que o valha, em detrimento daquele que a sociedade convenciona ter tudo de que precisa em termos materiais, tudo o que a estabilidade financeira pode proporcionar, no entanto o seu nível de carência é bem maior do que supomos. Religiosidade...
Se a espontaneidade da doação gratuita não satisfaz, basta lembrar aquela historinha atribuída ao grande Einstein. “A vida é como uma bola que se arremessa na parede. Se você atira uma bola azul, terá de volta uma bola azul. Se a atira com força e ódio...”
A escolha é nossa.

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