segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Coincidências...




Sou uma ledora voraz e compulsiva. Muito mais nesta fase da vida em que o tempo passa indolente, como indolente é o lugar que elegi para viver a segunda parte da minha vida: minha terra, aqui onde está enterrado o meu umbigo.
Hoje posso selecionar as minhas leituras. Até então elas eram relacionadas com meu trabalho. Eu dava aulas de Língua Portuguesa para adolescentes. Não que nessa época minhas leituras tivessem menor qualidade, longe disso, apenas envolvia um universo diferente do meu. Hoje tenho lido obras que, certamente, não atrairiam a atenção da maioria dos meus alunos. Lindos... saudades!...
Pois bem. Levei quase três anos procurando esse livro sobre o qual vou escrever, uma indicação de minha filha Kassandra, que, por sua vez o leu por orientação de sua professora de História da Arte.  Precisei encomendá-lo numa livraria e quando chegou minha irmã o comprou e me deu de presente de aniversário. Que presente! É O incêndio de Troia, da Marion Bradley, a mesma autora de Brumas de Avalon. Ele conta a história da guerra de Troia sob o ponto de vista  da irmã gêmea de Páris, a Kassandra.
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Na minha juventude eu namorava um belo rapaz. Apaixonados, casamo-nos e logo veio a nossa primeira filha. Um anjo lindo de cabelos dourados e olhos claros. E veio o impasse: como iria se chamar nossa jóia preciosa? Depois de pensar e pensar e pensar, conseguimos chegar a dois nomes. Alessandra ou kassandra. Prevaleceu o último, assim mesmo, com K.
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Príamo e Hécuba, reis de Troia, já tinham um casal de filhos quando a rainha ficou grávida de gêmeos. Um casal também. Nascidos, o rei determinou que se chamassem Alexandre e Alexandra. Hécu ba, no entanto, deu à menina o nome de Kassandra, assim, com K. Segundo  relato da própria autora na obra, o nome deve ser grafado dessa maneira. Leitura interessante. Recomendo.
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A minha princesinha nasceu há mais de quarenta anos e nessa época eu nem imaginava existir essa versão da história de Troia. O nome de minha filha surgiu sem mais nem por quê e eu queria ter uma filha que se chamasse assim. Aos quatro anos, essa minha princesa foi embora para o lindo lugar de onde veio, deixando-me uma saudade enorme e sem fim.
Hoje tenho uma Kassandra, nascida sete anos após aquela primogênita. Esta tem vários traços de sua personalidade semelhantes ao da personagem da ficção.
Veja você, caro leitor, ao procurar exaustivamente o livro, não tinha ideia do seu conteúdo. Dizem os entendidos que coincidências não existem.
Concordo.

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